A arquitetura tem tudo a ver com arte. Ambas libertam, tocam e são capazes de marcar as pessoas para sempre. Achillina Bo, mais conhecida como Lina Bo Bardi, fez o encontro dessas duas áreas em uma das suas obras mais icônicas e históricas do Brasil: o Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Nascida em Roma, Lina estudou arquitetura na Universidade de Roma durante a década de 1930. Após trabalhar para Gio Ponti, arquiteto e designer italiano, Lina se muda para Milão e estabelece seu próprio escritório que acaba sendo bombardeado durante a sombria Segunda Guerra Mundial. Em 1946, Lina casa-se com o jornalista Pietro Maria Bardi e parte para o Brasil, país onde passa o resto da vida, naturalizando-se brasileira em 1951.

Além de arquiteta, Lina Bo Bardi também produziu para o teatro, cinema, artes plásticas, cenografia, desenho de mobiliário e muitas outras áreas onde a sua criatividade caminhou.

Lina tinha “horror” à futilidade e afirmava suas posições categoricamente: “Tenho horror em projetar casas para madames, onde entra aquela conversa insípida em torno da discussão de como vai ser a piscina, as cortinas (...) Gostaria muito de fazer casas populares.”

O Sesc Pompéia, centro de cultura e lazer localizado no bairro Vila Pompéia na Zona Oeste de São Paulo, é uma das obras de Lina Bo Bardi que expressa este profundo apreço pela arte e cultura popular do Brasil. Projetado em 1977, ele foi inaugurado em 1982 com shows de bandas da cena Punk de São Paulo na época.

Já o MASP tem uma ligação mais familiar com Lina. Seu marido Pietro Maria Bardi foi convidado por Assis Chateaubriand para criar e dirigir um “Museu de Arte Antiga e Moderna” no Brasil. Com a condição de não fazer distinção entre as artes, mudando sua descrição para somente “Museu de Arte”, Pietro aceitou o convite e ficou por 45 anos à frente do museu na primeira sede do MASP.

Nos três primeiros anos, o MASP funcionou em uma sala de mil metros quadrados, no segundo andar do Edifício Guilherme Guinle, na rua Sete de Abril, centro de São Paulo. Diante da necessidade de mais espaço para o museu, Pietro saiu em busca de uma nova sede.

Joaquim Eugênio de Lima, idealizador e construtor da avenida Paulista, doou um terreno para prefeitura com a condição de que a vista para o centro da cidade fosse preservada, através do vale da avenida Nove de Julho. 

Lina Bo Bardi, que considerava o terreno ideal para a construção da nova sede, aceitou o desafio e por isso que MASP tem um vão de oito metros de altura e 74 metros de comprimento.

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